29 de mar. de 2010

FLA 2 X 1 AMÉRICA 28-03-2010

    Renascer tem sentido duplo. Tanto pode significar nascer de novo, ressuscitar, como renovar-se. Em ambos os casos, contudo, está implícita a ideia de recomeço. E todo recomeço traz ao menos uma pequena mudança, mesmo que ela não seja tão aparente assim.
    Vejam o caso de Léo Moura, do Flamengo. Em meio a tantos boatos e fofocas envolvendo o futebol da Gávea, o lateral tem passado incólume até aqui. Nada se diz ou se escreve, fora dos gramados, que faça referência a Léo. Antes envolvido em páginas de revistas que consomem e vendem vidas alheias, o jogador parece outra pessoa desde o início do ano.
    E dentro de campo nem se fala. Apesar de ter sido campeão brasileiro ano passado, Léo Moura não teve uma temporada boa em 2009. Já em 2010, pelo menos até aqui, ele tem sido uma figura central, um protagonista de primeira na campanha realizada até aqui pelo rubro-negro. Na vitória por 2 x 1 sobre o América, Léo foi mais uma vez determinante, decisivo. Saiu de seus pés, o cruzamento preciso para o gol de Vágner Love.
    O renascimento de Léo Moura, estou convencido disso, passa pelo drama pessoal vivido pelo jogador antes da pré-temporada do Fla, quando teve que realizar uma cirurgia e, pior do que isso, esperar pelo resultado de uma biópsia. Não há nada mais angustiante do que a espera. Estou convencido de que  o hiato que separou Léo de seu próprio destino, o fez renascer, ressurgir, voltar para o mundo como alguém melhor.
    Ter passado por isso não fez Léo Moura reaprender a jogar futebol, mas certamente o fez reaprender a ser alguém diferente do que vinha sendo.

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