30 de out. de 2011

MUITO EM COMUM

Para se ter um país bem sucedido em uma competição como o Pan-americano é preciso que se observe os detalhes. É claro que o talento dos atletas, a vontade individual, o poder de decisão, a tradição no esporte e a estrutura oferecida para os competidores faz diferença. Ninguém acha que o Brasil possa conquistar resultados expressivos no pólo aquático ou nos saltos ornamentais, só para citar exemplos de modalidades pouco praticadas por aqui.
Mas, os detalhes podem fazer diferença. Imagine se os clubes oferecessem estrutura para a prática de tais competições, com piscinas adequadas, trampolins e equipamentos suficientes? Certamente teríamos melhores desempenhos.
Não defendo que o poder público interfira nos esportes de competição. Ele deve se limitar, o que já é muito trabalho, a oferecer condições para a prática esportiva nas escolas, praças e comunidades, com a finalidade de educar a população. Atletas profissionais devem ser apoiados pela iniciativa privada ou por universidades, como é feito pelo modelo norte-americano.
Entretanto, os resultados do Pan de Guadalajara nos monstram uma falsa contradição. Cuba aparece na frente do Brasil no quadro de medalhas e atrás dos estadunidenses. O esporte do país caribenho é exclusivamente apoiado pelo governo que, mesmo com as séria dificuldades pelas quais passa, segue investindo nas modalidades olímpicas como forma de auto promoção. Contudo, são notórias a miséria e a pobreza que assolam Cuba.
Não podemos nos limitar a observar um quadro de medalhas como forma final de avaliação sobre políticas públicas de investimento em esportes. Cuba sempre foi melhor sucedida que o Brasil nessas competições, mas ambos apresentam as mesmas dificuldades sociais. No esporte, rivalizam por um honroso segundo posto.
Ambos apresentam modelos de investimento fadados à falência porque não se sustentam na iniciativa privada. Assim, os governos dos dois países ignoram sua função primordial que é a de servir o povo.

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