A vida é uma repetição, um show de clichês que se sucedem. Por mais que tentemos evitar tais fenômenos, eles retornam feito aqueles caras sem graça e compulsivos em contar as mesmas piadas. Por exemplo: se você entra em um elevador com apenas 1 pessoa e se sente obrigado a dizer algo, o que 99% das pessoas dizem? "Que calor hoje"! "Acho que vai chover"! Eis uma demonstração de cena clichê que se repete infinitamente. Outra situação muito comum: imagine-se terminando um relacionamento em que você não ama mais a outra pessoa. Ao invés de falar a verdade (o que nesse caso, admito, é bem doloroso para quem escuta), o que 99,9% falam? "A culpa não é sua. Sou eu"!
A compulsão para repetir serve, no fundo, para manter as coisas mais ou menos ajustadas na cabeça. Imagina o que seria de nós, se inventássemos milhões de maneiras de nos comportarmos diante de uma mesma situação? A etiqueta iria pro espaço!
Bem, agora que fiz esse preâmbulo com a finalidade de me justificar, vou ao tema deste post. Trata-se de uma postagem clichê, repetitiva e sem imaginação. Mas, fazer o quê, se o próprio tema é uma repetição sem fim?
Adriano reclamou, mesmo que em tom de brincadeira, de dores durante o treino do Corinthians. Disse o decadente imperador: "Estou ficando velho. Dói as costas, dói tudo..." Foi um chiste em forma de desabafo, uma reclamação disfarçada de piada.
De fato, Adriano tem motivos para se sentir velho e cansado. Mas, não por conta de sua idade (29 anos apenas) e sim, por causa de seu descaso com o prórpio corpo. Muricy Ramalho, para retornar ao tema "clichê", vive repetindo que "a bola pune". Eu uso a sentença e digo: " a noite cobra"! Ninguém, consegue levar uma vida de farra, bebidas e festas sem sentir os esfeitos desses excessos.
Acontece que o Imperador não deve sequer ter a consciência desse fato. Ele é um ser autômato, que age apenas por instintos e impulsos. Desprovido, portanto, de uma capacidade reflexiva. A reflexão é a atividade mais complexa e desgastante para um ser humano. Afinal, é preciso abrir mão de muita coisa para se reconhecer...
A velhice do corpo é a mesma para todos. Dores, cansaço e impotência são sintomas que visitam qualquer um. A diferença é que a velhice do corpo chega em diferentes estágios da vida, dependendo dos hábitos cultivados por cada pessoa.
Por outro lado, a velhice da alma, que depende diretamente das funções intelectuais, pode nem chegar. Tudo depende do quanto você abre os olhos para o mundo interior e exterior. O que Adriano deveria se preocupar agora é o com o envelhecimeto de seu espírito e não de sua matéria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário