Nunca houve um desentendimento tão cordial como este, entre Oswaldo de Oliveira e Loco Abreu. Ambos defendem posições e pontos de vista diferentes, mas nenhum dos dois, pelo menos em público, se desentende.
É comovente ver a polidez com a qual se referem um ao outro. De fato, são dois lordes quando debatem um assunto tão delicado quanto a barração de um ídolo. Não houve agressões verbais, físicas ou baixarias, coisas tão corriqueiras no futebol.
Entretanto, isso não quer dizer que não haja insatisfações entre as partes. Para mim, fica claro que Oswaldo não gostou da ausência forçada de Loco Abreu em Porto Alegre. Embora o discurso fosse outro antes do jogo contra o Internacional, após a partida o treinador tratou de "jogar no ventilador" o real motivo que fez o uruguaio desistir de viajar. Oswaldo poderia, como fazem quase todos, mentir.
Por sua vez, Loco ameaçou deixar o clube por não estar jogando e, automaticamente, virou o torcedor contra técnico. Mas, o discurso persistiu em um tom cordial e polido. Para o atacante não há nada de errado com a posição do treinador.
O destino quis que Loco, por falta de opção, fosse novamente cotado entre os titulares. Amanhã, contra a Ponte Preta e diante de seu torcedor, Abreu poderá demonstrar os motivos que o fizeram ídolo. Será o retorno de quem ameaçou sair.
Por outro lado, se a atuação do uruguaio for pífia, não restará alternativa para o jogador. Ele terá que cumprir sua palavra e sair do clube. O difícil será encontrar time no Brasil que esteja disposto a pagar o salário.
O mais importante: depois que tudo passar, Oswaldo e Loco Abreu continuarão se tratando muito bem. A cordialidade sempre será a marca de seus eventuais encontros. Os dois nos ensinam uma lição: até para se criticar, é preciso ternura.
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