25 de nov. de 2012

AS MALEDICÊNCIAS DO FUTEBOL

Sempre que olhamos para o atleta de futebol pensamos se tratar de alguém que transcende o nível humano. São heróis, anit-heróis ou vilões que habitam nosso imaginário. Neles projetamos toda a sorte de sentimentos: ódio, rancor, frustação, alegria, ansiedade, medo, euforia, depressão...
As manifestações que emanam das arquibancadas são legítimias sempre; exceto quando se transformam em vandalismo e violência. A partir daí o assunto é policial. Fora isso, qualquer torcedor pode falar ou gritar o que quiser para os jogadores. Uma das funções do futebol é promover a catarse coletiva a fim de manter o equilíbrio social.
 A coisa se complica quando constatamos que pouquíssimos jogadores são preparados para esse bombardeio que sofrem cotidianamente. Para o bem ou para o mal, os atletas não sabem processar esses sentimentos. Alguns acabam se achando acima de tudo e de todos.
Ramón disparou seu rancor várias vezes contra a torcida do Vasco. Ele não é proibido de sentir, apenas deve aprender a controlar isso. Por sua função social, o lateral deve entender que é um catalisador de irracionalidades e, por isso, precisa absorver as críticas e transformá-las em bom desempenho.
Sinto informar aos atletas ou aos que pretendem ser: faz parte da profissão conviver com os maldizentes. Além do mais, está dentre as habilidades aprendidas por um atleta a chamada inteligência emocional. Isto quer dizer que além de chutar, marcar, cabecear e fazer passes o futebolista precisa saber sentir. 

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