Imaginando que o senhor Joseph Blatter, presidente da FIFA, pudesse ler este insignificante blog, teria tanto a dizer ao dirigente que em uma postagem não caberia. Seriam impropérios, insultos, indignações de alguém que sempre foi apaixonado pelo futebol e que está ficando, a cada dia, mais desinteressado pelo esporte.
Quando eu era torcedor, e não trabalhava na imprensa esportiva, tudo era meio mágico. Jogadores, torcidas, rivalidades, gozações, estádios... A aura que cercava o futebol parecia estupendamente maravilhosa. Meus sonhos eram habitados por campos exuberantes, onde eu brilhava com a camisa 10 do meu time de coração.
O olhar infantil que cercava minha imaginação foi aos poucos sendo substituído pela amargura de quem vê de perto tanta hipocrisia, tanto descaso e tanta armação. O escândalo de jogos armados é apenas mais um, dentre tantos outros, que contribuem para minha frustração.
O pior não é haver escândalo. O que me revolta mesmo é a resignação do senhor Blatter diante disso tudo. Ao invés de ficar envergonhado, ele apenas disse que isso sempre aconteceu e jamais deixará de acontecer. Um duro golpe para meus olhos que teimam em ser ingênuos.
Blatter é uma espécie de exterminador de sonhos. Mas, não é o único: há inúmeros dirigentes que passaram pela FIFA (incluindo João Havelange), que contribuíram diretamente para o fim do espírito esportivo. O presidente tem razão quando afirma que nada vai mudar: afinal, se ele não consegue resolver os problemas que acontecem de baixo de seu nariz, como os casos de corrupção na FIFA, o que dirá dos problemas circundantes?
Tenho muita saudade, apesar de não ser saudosista, dos tempos que futebol era apenas um esporte. Os negócios milionários transformaram a arte de jogar em arte de faturar. E os jogadores, por sua vez, viraram máquinas caça-níqueis.
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