Gol de bola parada decide jogo. Gol de cabeça também. Porque então, no futebol só se valoriza o craque, aquele que é habilidoso com os pés, aquele que faz lançamentos precisos, como se fosse com as mãos?
Pois eu quero fazer aqui a minha reverência a cabeça. Parte mais elevada do corpo humano, a mais evidente também, ela está sempre propensa a receber críticas e elogios. O cabeçudo é geralmente o mais feio da classe, mas pode ser também o mais inteligente ( ou ambos). A cabeça pensante, é aquela que no futebol, rege o time, comanda as jogadas e pensa por todos. Cabeça de bagre é aquele que só sabe desarmar e que, portanto, sofre com os estigmas e preconceitos que o meio oferece.
Usar a cabeça significa ser equilibrado em momentos extremos. Perder a cabeça, é exatamente o contrário. Erguer a cabeça é atitude de coragem, mesmo após derrotas humilhantes. Baixar a acabeça pode ser resignação e respeito, ou pode ser covardia.
Estar com as cabeças nas nuvens nem sempre é ruim. Sonhar é necessário. Viver com a cabeça nas nuvens é sinal de debilidade e não de poesia. Dar cabeçadas por aí, é sinal de persistência. Há quem diga que persistir no erro é burrice. Eu considero coragem.
Com tantas possibilidades de significados para tal peça anatômica, porque então desvalorizar os gols de cabeça? El loco da cabeça Abreu, marcou três vezes assim contra o Resende. Com os pés, ele é cego, muito embora essa seja uma qualidade apenas dos olhos. Mas isso não importa, afinal ele já marcou tantas vezes quanto o Adriano no Campeonato Estadual, e quase todas elas, de cabeça.
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