Vivemos uma época do evitamento, a todo custo, do sofrimento, seja ele físico ou mental. As ofertas de drogas são abundantes. Não há mal que não tenha cura imediata. As prateleiras das farmácias têm sempre uma solução para o mal que me acomete e a medicina, por sua vez, se esforça em conseguir prolongar a vida. A indústria farmacêutica não para de produzir, a cada dia que passa, novas fórmulas capazes de exterminar o "mal".
Contudo, é como varrer-se a poeira para debaixo do tapete. A dor, a doença e o "mal" estarão sempre ali, fazendo parte do nosso cotidiano. A corrida desenfreada para as drogarias (e também para as bocas de fumo) não podem apagar essa realidade. A questão é: do que estamos fugindo? Porquê nos escondemos com tanto medo da dor?
Andy Irons contraiu dengue e não suportou a dor que sentia. Desorientado, supostamente ingeriu uma dose cavalar de morfina e não resistiu. Como ele, tantos outros morrem pela mesma causa, apenas porque aprenderam que hoje em dia, há pílulas para tudo. Pena a morte ser inevitável...
Nenhum comentário:
Postar um comentário