9 de dez. de 2010

Tarefa hercúlea

Tem razão Ronaldo quando falou sobre a falta de organização política de jogadores brasileiros e a consequente "exploração" da classe. De fato, a maioria esmagadora é de atletas que recebem salários irrisórios, ou então, que vivem a procurar clubes de aluguel para se sustentar. E para esses jogadores, só resta a submissão aos dirigentes inescrupulosos, que é coisa que não falta por aqui.
Aplaudo de pé o discurso do Fenômeno e espero, sentado, que suas palavras se transformem em ações efetivas. Força ele tem de sobra para puxar um movimento pró-futebolistas e começar a ajudar na organização das coisas no Brasil.
A falta de transparência nas negociações, as contas que não fecham nos clubes, as condições de estádios e campos de futebol e outras atrocidades que acontecem no mundo da bola podem começar a ruir a partir da politização
dos boleiros.
Entretanto, Ronaldo, se quiser mesmo encampar tal batalha, terá como primeiro e maior desafio a desalienação dos futebolitas brasileiros que, via de regra, não têm a menor ideia das coisas que se passam fora de seus pequeninos e fúteis mundos.
Além disso, será necessário o descolamento dos jogadores com compromissos extra-campo e que os prendem aos cartolas de forma indissociável, como por exemplo: uso de imagem, prêmio por vitórias, classificações ou títulos e outros.
Sem contar que, boa parte da verba que é usada pelos clubes para pagar os salários dos boleiros vem das cotas de TV. Isso significa que, se por acaso, o sindicato de atletas decidir por uma eventual paralisação de campeonato terá primeiro que negociar com quem paga e, no caso do Brasil, não são os clubes.

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