Eu sou da opinião de que os clichês têm alguma serventia. Não sou daqueles que abominam os finais de filmes previsíveis, as frases feitas e as soluções óbvias. É preciso reconhecer que existe uma sabedoria por trás dos ditos populares, uma espécie de ensinamento que brota visceralmente da experiência cotidiana.
"No futebol é assim: uma hora se está por cima, outra hora se está por baixo". Eis um ensinamento irrefutável e repetido incessamente pelos boleiros nas entrevistas coletivas em todo mundo. É o tipo de lição que se apreende através da experiência imediata, dentro dos campos.
Eis o caso do Flamengo que me parece um bom exemplo do que estou tentando dizer: o time estava invicto no Campeonato Brasileiro e vivia uma lua de mel com sua torcida. Não parecia dar indícios de queda de rendimento, pelo menos aparentemente. Justamente no dia em que se anunciou a volta de Ronaldinho Gaúcho para a seleção, o rubronegro foi humilhado, dentro de casa, por um adversário com quem nunca imaginara sequer empatar.
Além disso, de uma só vez, vêm notícias desanimadoras: Aírton vai passar por cirurgia no joelho e Thiago Neves, contundido, está fora da partida de amanhã contra o Internacional. Não que o Flamengo não possa vencer o duelo, mas o vento parece querer mudar a direção pelos lados da Gávea.
Contudo, no futebol, não é só a sorte quem dá as cartas e determina o campeão. É uma questão de planejamento e de competência. A paritr de agora o elenco rubronegro será definitivamente testado no Brasileirão. Como o time vai se comportar após o primeiro revés? Os substitutos de Aírton, Neves e Gaúcho darão conta do recado? E se as derrotas vierem? Vanderlei Luxemburgo conseguirá administrar as crises internas que possivelmente surgirão?
Confesso que não sei as respostas para tais questionamentos, embora eu conheça inúmeros clichês que possam respondê-las.
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