Nada mais emblemático para os problemas que atravessa o Brasil, do que o ocorrido com Marcelo Stürmer, patinador bi-campeão panamericano. Na verdade, o acontecimento envolveu a treinadora do atleta, Jaqueline Nonnemacher. Ela teve seu carro roubado, na mahã do último sábado, em Porto Alegre, e dentro dele todo o material de competição de Marcelo.
Duas coisas a serem levadas em consideração. Primeira: a falta de segurança que vivem as grandes cidades às vésperas de competições importantes no Brasil. Segunda: a falta de estrutura que cercam os atletas olímpicos brasileiros.
Não falta muito para a Copa do Mundo e Olímpiadas. O tempo que o calendário mostra não é o mesmo que os prazos exigem. Três ou quatro anos na folhinha significam, no máximo, dois anos para a consecução das obras e melhoramentos.
Quando a violência atinge qualquer pessoa, em qualquer circunstância, a sensação que se tem é a de que se está muito distante da resolução dos conflitos nas capitais. Fico imaginando como farão os dirigentes para maquiar esses problemas. Sinceramente, não acredito em uma verdadeira solução para as questões sociais a partir desses mega eventos esportivos. O que há, na verdade, é uma espécie de teatro (não tão bem ensaiado) que tem como finalidade vender uma imagem artificial de um Brasil que está longe de ser um retrato fiel.
Há ainda a questão da estrutura oferecida para os chamados esportes olímpicos. Veja o caso que eu trouxe como mote para essa postagem, por exemplo. Marcelo Stürmer é um patinador bi-campeão panamericano, tem experiência e títulos na carreira e sequer possui material reserva para competição. Tudo que lhe pertencia foi roubado.
Marcelo viajará para Guadalajara no peito e na raça, como aliás é feito qualquer esporte no Brasil. Se vai conseguir competir, não se sabe. Pobre do atleta brasileiro, que assim como a maioria de seu povo, vive sem saber o dia de amanhã...
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