Foto: lancesnuances.wordpress.com |
Tenho visto a Copa São Paulo de futebol júnior e, com sinceridade, não percebi nada que me surpreendesse. Times iguais, esquemas táticos idênticos e jogadores nivelados têm sido a marca desse torneio.
Esse é um fenômeno que ocorre há muito tempo. Não é de hoje que o futebol no Brasil está estagnado taticamente e tecnicamente. Salvo raríssimas exceções, como um Neymar da vida, os jogadores que passam pela Copinha mais parecem robôs ou seres autômatos que só sabem repetir jogadas e cumprir determinações vindas do banco de reservas.
Por aqui, nós estamos nos acostumando a assistir o chamado futebol burocrático, ou seja, aquele que não dá espaço para o improviso. Para os treinadores brasileiros, o que importa é a aplicação tática e a força física.
Não estou aqui criticando a relevância de uma equipe aplicada e bem condicionada. O Barcelona que está assustando o planeta da bola, é a prova cabal de que esses dois elementos, se bem azeitados, formam a base de uma equipe vencedora.
Mas, o mesmo Barça, exemplo de tudo o que há de positivo no futebol, demonstra que o talento individual e o improviso do craque podem fazer a diferença. Basta observar as jogadas do time catalão para constatar que o último toque, o passe fatal e o lance de efeito são frutos da genialidade de seus craques.
Na Copa São Paulo, o que mais se vê são repetições de jogadas previsíveis e lances mais do que manjados. Nenhum candidato a jogador ousa fazer diferente; ninguém tem a impáfia e a coragem dos grandes gênios. Mas, não por causa deles e sim por conta da mentalidade conservadora e monótona dos formadores de atletas.
Um torneio como a Copinha deveria servir para revelar jogadores diferenciados, mesmo que isso custasse a derrota de alguma equipe. O futebol de resultado suplantou, há muito tempo, a arte de jogar bola. O equilíbrio entre as duas filosofias será o caminho ideal. Algum dia, alguém irá descobrir que para se vencer não é necessário se abdicar do talento.
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