O futebol deve ser analisado para além de seus aspectos técnicos e táticos. É claro que os sistemas de jogo, os lances de uma partida, as atuações dos jogadores e as alterações dos treinadores estão no centro das discussões. Mas, sendo o futebol um esporte atrelado a cultura de forma definitiva, existem outros aspectos que devem ser levados em consideração.
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| Seleção 1993 |
Particularmente, eu gosto de observar a atmosfera que cercam os grandes jogos e as nuances históricas e contextuais de uma partida. Acho que isso é o que dá sentido para o futebol e não apenas o esporte pelo esporte.
Neste domingo, a Copa Africana de Nações será decidida entre Costa do Marfim e Zâmbia. Técnicamente, não deverá ser uma grande partida, afinal, há uma escassez de talentos nas duas seleções. Fora Drogba, o principal nome do continente africano na atualidade, não existem outros interessantes.
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| Seleção 2012 |
A Copa Africana já seria, por si só, uma grande atração. É sempre gratificante ver em ação jogadores que representam países devastados por guerras e, principalmente, pela fome. Essa particularidade dá ao torneio ares de redenção e de "volta por cima". Não está em jogo apenas um título, mas a alegria de pessoas que têm pouco motivo para sorrir.
Essa edição da Copa guardou um aspecto ainda mais relevante: a seleção de Zâmbia. Acontece que em 1993, um acidente aéreo vitimou um time inteiro daquele país, justamente em Libreville, capital do Gabão e palco da decisão em 2012. Coisas do destino...
Zâmbia não tem nenhuma expressão no futebol africano e muito menos no mundial. É pouco provável que vença a Copa Africana, já que seu adversário tem mais qualidade e já participou de copa do mundo. Mas, isso não importa nesse instante. O que está em jogo é a memória de atletas que morreram e, além disso, a dignidade de um povo carente de alegrias. Nesse ponto, Zâmbia já é campeã!
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