1 de mar. de 2012

TRAGÉDIA OU COMÉDIA?

Não é de hoje que defendo a saída de Ricardo Teixeira da CBF. O ponto central da minha tese é algo muito simples: a alternância de poder sempre foi salutar em qualquer institução ou governo pelo simples fato de que as vias da corrupção são, forçadamente, alteradas.
Não é que a saída do velho dirigente vá trazer melhorias agudas e repentinas para todas as mazelas que corroem os bastidores da entidade máxima do futebol. Para isso acontecer, serão necessários alguns anos de trabalho e investigações.
Mas, é notório o desgaste de Ricardo no comando da CBF. Com apoio de todas as federações de futebol do Brasil, o mandatário conseguiu permanecer no cargo. O problema é que normalmente esse tipo de adesão, como em um jogo político, não se dá sem acordos espúrios e que perpetuam a corrupção.
É nesse ponto que reside o ranço da CBF; ou seja, a forma de se jogar permanece a mesma e os atores também. Todos os presentes na reunião que selou a permanência de Teixeira sabem por quais vias devem seguir, a fim de conseguirem seus benefícios.
Contudo, há alguns sinais de que o dirigente não é mais inabalável. Além de sua saúde, que já não é mais a mesma, o Presidente vem sofrendo alguns golpes de parte da imprensa e de setores de dentro da própria CBF.
Ricardo não vai querer largar o osso no exato instante em que o Brasil está prestes a sediar mais um mundial. O Poderoso Chefão vai se segurar como pode no comando e não medirá esforços para tal. Nos próximos anos, a pressão sobre ele deve aumentar e com ela, os apelos por sua saída.
O que poderemos assistir nos próximos capítulos são cenas dantescas, de um espetáculo grotesco e protagonizado por um ator decadente. Aqui, vale a frase feita: seria cômico, se não fosse trágico.

2 comentários:

Bernardo Gentile disse...

Ótimo texto. Entretanto, tudo é muito mais grave do que parece. TODOS, eu disee TODOS, os presidentes das federações locais votaram pela permanência do Sr. Ricardo Teixeira. É uma corja, safados!

Sérgio Rodrigo Santos disse...

As pressões sobre o Barão da CBF seriam maiores se os protestos do movimento Fora Teixeira fossem feitos na porta das federações, que são sua primeira base de apoio.

Mas vale pensar que a saída de Teixeira não é solução infinita. Tendo em vista que a cartolagem brasileira é amadora. Vejam o caso do Carioquinha, que já teve jogo com 10 torcedores em uma quarta-feira. Claro, aqui se faz o campeonato promovido pelo "experiente" Rubens Lopes.

Este é o futebol 5 estrelas que nasceu sob o signo do amadorismo, das relações de compadrio. Onde um dirigente cede aqui para ganhar ali. O futebol pentacampeão é aquele onde um jogador de futebol ganha miseráveis R$200 para jogar debaixo de sol forte num sábado, pela segunda divisão. E ninguém se responsabiliza por isso. Todos querem ser pais de filhos bonitos, claro.

A imprensa esportiva do Rio é conivente com tudo! Não dá para negar que a FFERJ faz o que faz tudo às claras. Sorteio de arbitragem, escala de jogo, horário, condições de jogo,etc.. Não há um só deputado na ALERJ para enfrentar a cartolagem como se deve.

Na TV e no rádio a coisa chega a ser pior. Me apontem UM JORNALISTA QUE NÃO TENHA NADA PESSOAL CONTRA A FFERJ E QUE BATA NA MEDALHINHA DAS BESTEIRAS ALHEIAS. Não vale falar em Juca Kfouri, que está em São Paulo, e é um simples mortal. Uma andorinha sozinha costuma não fazer verão.

O que nós podemos fazer é DENUNCIAR. A nossa parte estará sendo feita. E claro, cobrar profissionalismo na gestão do futebol.