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Passei o dia a ouvir comentários a cerca da saída de Vitinho para o CSKA. Foram muitas opiniões, reclamações, defesas e ataques. Alguns usaram a razão para explicar o fenômeno, que se repete, do êxodo de jovens atletas. Outros, menos racionais, preferiram dar vazão a ira em seus dizeres.
O motivo que retirou Vitinho do Botafogo está claro: dinheiro. Foi bom para o jogador, bom para o clube e melhor ainda para os empresários. O Botafogo precisa dessa quantia e mesmo que não a tenha por enquanto, será mais um refresco para seus cofres. O time sentirá o desfalque, não tem dúvida, mas o clube agradecerá.
Dentre todas as manifestações, a mais próxima da realidade do jogador veio de sua namorada. Indignada, a moça desabafou na internet dizendo que Vitinho precisa deste momento. É uma chance que não pode ser desperdiçada. Há dois anos atrás Vitinho pegava ônibus para treinar e pedia dinheiro emprestado para se manter. Oriundo de uma comunidade carente, como a maioria dos atletas de futebol no Brasil, o garoto torcia para que o sopro da sorte o bafejasse.
Agora que a vida abriu uma imensa porta, o que poderia fazer? Se decidisse permanecer se arriscaria a ser novamente alvo de críticas de torcedores, como já aconteceu recentemente. Poderia ter uma queda vertiginosa de rendimento até amargar a reserva, ser esquecido e desvalorizado. Isso já aconteceu milhões de vezes no futebol.
A melhor maneira de fazer uma análise sobre algum fato é colocar-se no lugar dos envolvidos. O que você faria se estivesse na pele de Vitinho? Talvez Vitinho, por amor ao seu clube ou a sua terra, até tenha pensado em permanecer. Mas sua condição não o permite refletir. Vitinho teve que agir, e o fez muito bem!
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