28 de jul. de 2014

AUMENTANDO O ATRITO

oglobo.globo.com
Que a situação é crítica no Botafogo todo mundo sabe. São cinco meses de direitos de imagem, três de salários e FGTS atrasados. Em campo, um time que se esforça para conseguir os resultados, mas que esbarra nas próprias limitações e no ambiente caótico que se instalou no clube.
A novidade é que, com três meses sem ver a cor do dinheiro, os jogadores já têm condição legal para desligarem-se do clube. Muitos não o farão simplesmente por não terem para aonde ir. Do contrário, assistiríamos a uma debandada no elenco. Ainda assim, haverá aqueles que deixarão o clube. Casos como Jefferson (que disputou a última copa) e Emerson (que tem nome no mercado), dentre outros, são capazes de deixar General Severiano.
O protesto do Maracanã não foi a primeira e nem será a última manifestação de repúdio dos jogadores. Legitimamente, eles vêm fazendo uso deste expediente. Em março do corrente ano, em meio a disputa da Libertadores, os atletas atrasaram um treino e sentaram no gramado por alguns minutos para demonstrar insatisfação. No mesmo mês, se recusaram a treinar em um domingo. Durante a Copa do Mundo, a maioria se negou a viajar para a Paraíba, onde o Botafogo disputaria amistoso com uma equipe local. No ano passado aboliram as concentrações em dias de jogos, somente se apresentando para o almoço, horas antes das partidas. Ainda assim, conseguiram classificação para a Libertadores da América.
O presidente do Botafogo é taxativo ao afirmar que não há condições de regularizar a situação. O clube tem 100% de suas receitas bloqueadas devido a uma dívida trabalhista de R$ 700 milhões. O desespero se abateu sobre o dirigente, que chegou a sugerir a retirada do time do Brasileirão. Esta atitude gera no elenco uma clara desconfiança sobre a competência da diretoria e aumenta muito mais a zona de atrito entre ambos. Nuvens sombrias se avizinham e terá sido ótimo se o time conseguir chegar ao fim da jornada na primeira divisão. 

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