A hora e a vez do Engenhão.

    Sempre defendi que há algo de preconceituoso nas opiniões contrárias ao Engenhão. Um estádio com ótimas instalações, boa capacidade de público e construído para ser um equipamento olímpico não pode ser de todo ruim.

    Os críticos do estádio alegam que os acessos ao Engenhão são ruins. Os cronistas repetem um discurso que caiu no senso comum, qual seja: o de que o estádio está mal localizado e que, por isso, não recebe bons públicos.

    Discordo frontalmente dessa opinião. Como pode um estádio,que tem uma estação de trem em sua porta, estar mal localizado? A questão aqui passa por outro tema: transporte público no Rio de Janeiro. O que deveria ser posto em pauta nas discussões a respeito do tema Engenhão é se temos um transporte público eficiente para facilitar os acessos ao estádio.

    Agora chegou a hora e a vez do Engenhão. Com o fechamento do Maracanã para reformas, o estádio vai virar o principal palco de esportes do Rio de Janeiro. Os Comitês Olímpicos, Internacional e Brasileiro, já anunciaram obras de ampliação do Engenhão,que vai abrigar 60.000 torcedores, visando 2016.

    É a hora da cidade voltar seus olhos para uma outra região, porque o Rio é muito mais do que aquilo que os cartões postais mostram. Afinal, não é para isso que deveriam servir projetos como Copa do Mundo e Olímpiadas? Ou seja, não é para promover melhorias que esses eventos acontecem?

    Pois é hora de apoiarmos o Engenhão, de cobrarmos melhorias para o transporte público e de mudarmos aquela visão conformista, de que as coisas são como são e nada pode ser mudado. Dizer que o estádio recebe públicos reduzidos porque está mal localizado é fechar os olhos para as mazelas que nos circundam. não deixemos a oportunidade passar.