31 de mar. de 2013

A REDUÇÃO DO FUTEBOL

Não sou um sujeito corporativista. Não acho que apenas jornalistas esportivos são habilitados a falar sobre futebol. Há inúmeras pessoas que têm essa capaciadade, alguns até mais do que os especialistas. O que pretendo combater nessa postagem é a redução limitada do conceito de esporte, incentivada pela falta de criticidade de seus cronistas.
A contratação de ex-jogadores, quase sempre comprometidos, como analistas de futebol reduzem o jogo a esquemas táticos, desempenhos técnicos e capacidade física. A vivência dos ex-atletas é, sem dúvida, um ponto forte nesse sentido. Mas a ausência de capacidade reflexiva e de cultura geral mais avançada transformam os comentários em algo simplório.
Repito que esse não é um mal exclusivo de ex-atletas, mas sim uma epidemia que atinge boa parte da imprensa especializada. Há muito que o futebol está excluído dos movimentos da sociedade. Ele virou espetáculo e apenas isso. Comentaristas que ousam dar um passo adiante são rotulados como enfadonhos ou entediantes.
A lógica da espetacularização é a mesma que obriga uma empresa de comunicação a apelar pela contratação de um ex-jogador famoso para "comentar". A briga pela audiência empurra os veículos em uma espiral sem fim e que tem como consequência a banalização e a idiotização do público.
Gostaria de esclarecer também que não considero os comentários tecidos nesse blog melhores do que nenhum outro. Ao contrário, penso que preciso de muito mais tempo de estrada para ser alguém. Contudo, tenho a clareza de que minha briga não é por fama e sim por conhecimento que é a única forma de crescimento.

2 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito comentário! Eu acho um verdadeiro absurdo o excesso. Pra mim esses ex-boleiros não acrescentam rigorosamente nada. Pelo motivo que vc expôs muito bem. Falta criticidade e uma maior cultura geral, pois eles tem a visão restrita de ex-boleiro. A visão deles é micro, e não macro de um esporte q é muito mais do q a vivência campo e vestiário. E são , em sua absoluta maioria, corporativistas e com pouco estudo. Eu sou contra esse excesso, mas como vc bem disse Fabinho... eles não querem qualidade...querem audiência a qualquer custo.
Claudio Afonso

Anônimo disse...

Obrigado amigo Cláudio. Seus comentários são sempre enriquecedores. Continuemos nossa luta que, tenho certeza, não será vã.