25 de mar. de 2013

O REI E A REALEZA

Tentemos analisar com calma o ocorrido em Moça Bonita. Tentemos deixar de lado as paixões, que em sua origem tem o radical pathos, de patologia, ou seja, doença. Não nos envolvamos em demasia para que a cegueira da emoção não nos atinja.
extra.globo.com
Seedorf tinha a convicção de que seria substituído. Caso contrário, não correira em direção a linha lateral do gramado. Àquela altura o holandês não se dera conta de que Cidinho seria o escolhido para deixar o campo. Nesse caso, a ação do jogador não deixa rastro de dúvida.
O árbitro tinha, assim como Seedorf, a certeza de que o atleta deixaria o jogo; tanto assim, que ordenou sua saída pela lateral contrária ao banco de reservas em intenção óbvia de querer agilizar o reinício de partida. Até então, nenhum dos dois havia sequer notado que Cidinho seria sacado.
A repreensão do árbitro ao holandês foi, única e exclusivamente, por conta de sua insolência ou desobediência, como queiram. Nesse aspecto, o mediador do jogo teve razão. Se todo jogador, daqui para frente, decidir desobedecer as determinações de quem tem a obrigação de conduzir a partida, a presença do árbitro não se fará mais necessária. A insistência do jogador em ser insolente o levou ao cartão vermelho.
A discussão acerca do excesso de autoridade dos árbitros é válida. Sempre acho que a mediação requer uma dose de bom senso. Seedorf estava correndo e não caminhando. Ele pretendia deixar o gramado de forma rápida e, assim, atrapalhar o menos possível o andamento do jogo. Entretanto, se há uma determinação de uma "autoridade", pelo menos em um jogo que tem regras, esta deve ser cumprida.
Seedorf já vem demonstrando, com atos e opiniões, certas "manias" perigosas. Ele já deu bronca em Márcio Azevedo durante um treino, desqualificando assim o treinador; já se irritou com o departamento de marketing do Botafogo por causa de uma prática bem comum, que é a divigulção de vídeos de bastidores; e agora, foi expulso por querer medir autoridade com a arbitragem. Me parece o típico caso de rei querendo ser maior que a realeza.

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