2 de mar. de 2013

ZICO 60 ANOS: REFLEXÕES SOBRE O FUTEBOL

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Eu ouvia o programa Globo Esportivo, da Rádio Globo Rio de Janeiro, na última sexta-feira (01-03-13). Era uma homenagem a Zico pelos 60 anos de vida e contava com a presença do Galinho. O experiente repórter Eraldo Leite falava sobre as inúmeras entrevistas que fizera com o ídolo.
 Dizia o jornalista que cometeu a proeza de falar com Zico por cinco dias seguidos antes de um clássico importante e que, em todas elas, foi atendido com fidalguia e interesse. Eraldo foi feliz ao ressaltar a característica mais importante do Galinho, qual seja, a sua humildade.
Fosse hoje em dia, inúmeros assessores e empresários impediriam tais entrevistas. Fariam ainda pior: escolheriam em qual veículo o craque poderia falar e podariam sua liberdade de expressão. Esse tipo de medida é o que afasta os ídolos de seus torcedores.
Houve uma época em que jornalistas e jogadores de futebol não eram inimigos. O interesse, de parte a parte, era exclusivamente fazer chegar ao torcedor a informação precisa e a opinião daquele que o serve como referência.
Não por acaso, os ídolos de hoje são fabricados e diluídos com a mesma rapidez. Eles são frutos de um mercado no qual até mesmo a imprensa já se incorporou. Entrevistas são sempre mais do que meras informações. Elas são o primeiro passo para a comercialização de produtos. Talvez por isso, cabelos, roupas e chuteiras coloridas tenham cada vez mais destaque nos noticiários.
Diante disso, sem querer ser saudosista, felicito Zico e fico agarrado, ao menos enquanto escrevo, ao tempo em que futebol era só um esporte e jornalismo era só a arte de informar.

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