6 de abr. de 2013

POSTURA EVASIVA

Ainda estou tentando entender o que houve na Bolívia neste sábado. Que propósito mesmo motivou o tal amistoso entre o selecionado local e o brasileiro? O motivo do jogo, o menino Kevin Espada, sequer foi lembrado em faixas, letreiros ou avisos sonoros.
Causou estranheza a mini-coletiva do presidente Evo Morales realizada no intervalo do jogo. Desde quando um presidente da república fala em intervalos de jogos de futebol? O pior é que o tema envolvendo a prisão dos brasileiros foi apenas tangenciado. Os governos dos dois países têm sido bastante cautelosos, para não dizer evasivos, em relação ao assunto.
O medo de se criar uma crise diplomática permeia o caso. A presidente Dilma Roussef sequer se pronunciou sobre a prisão dos brasileiros. Por quê? É preciso que se tenha olhos maliciosos para enxergar além dos fatos mais óbvios.
Desde 2006, quando o governo Evo Morales assumiu o comando, o gás produzido na Bolívia passou a pertencer ao estado. A Petrobrás, fortemente atuante naquele país, se viu obrigada a rebolar para não perder tanto. O governo brasileiro iniciou uma série de acordos para manter alguma hegemonia no gás produzido na Bolívia.
Daí é possível imaginar porque não interessa a presidenta uma postura mais rígida, tão comum nela em outras circunstâncias. Se são culpados os brasileiros presos ou não, é outra história. O que não se pode admitir é que sejam encarcerados sem provas, sem defesa e sem consideração do governo de seus próprio país.

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