9 de nov. de 2013

ENTRE A CIÊNCIA E A INTUIÇÃO

Foi lançado recentemente no Brasil um interessante livro sobre futebol que tenta desmistificar alguns dogmas que cercam esse esporte. A obra intitulada "Os Números do Jogo" traz estatísticas capazes de derrubar qualquer comentarista desavisado.
Os autores, Chris Anderson e David Sally, dois pesquisadores norte-americanos, compilaram dados durante dez anos nos principais campeonatos europeus e chegaram a conclusões interessantes. Por exemplo: o número de gols que surgem em escanteios cobrados diretamente, em comparação com aqueles que são batidos de forma indireta, é bastante reduzido. Outra constatação interessante é que as médias de gols do Campeonato Italiano e do Espanhol se aproximam drasticamente, o que derruba o mito de que os italianos são mais retranqueiros.
É uma leitura bastante instigante e que oferece um diagnóstico mais realístico do futebol, uma modalidade que sempre apresentou, pelo menos no Brasil, muita resistência aos números. Somos avessos às porcentagens e aos índices, mas devemos reconhecer sua importância.
É verdade que um time vencedor não se forma exclusivamente pela análise estatística de jogadores. Há algo mais no futebol que é intangível, uma espécie de fator mágico que surge como surpresa e que muda resultados. Assim, times mais fracos conseguem superar adversários mais qualificados e jogadores improváveis surgem como heróis em jogos decisivos. É preciso saber conciliar a precisão da ciência com o improviso da arte. Ignorar a observação empírica é fechar os olhos para o óbvio. Desprezar a intuição é abrir mão da criatividade, a mais poderosa arma do homem.
 


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