20 de jan. de 2014

VIDA QUE SEGUE

lancenet.com.br
Marco Polo Del Nero, futuro presidente da CBF, garantiu hoje sua reeleição para mais quatro anos à frente da Federação Paulista de Futebol. Já são dez anos no comando do futebol paulista e a terceira eleição seguida sem opositores. Não é coronelismo, é o futebol!
Del Nero tratou de antecipar o sufrágio a fim de não permitir a organização de uma oposição forte. As eleições seriam marcadas para meados de março, mas foram realizadas hoje. São manobras políticas extensamente praticadas no mundo da bola e que não se limitam ao Brasil. A FIFA que o diga...
Há algumas conveniências ao redor desta reeleição. A primeira delas trata do imbróglio jurídico que se tornou o Brasileirão. A cada dia que passa torna-se mais complicada a situação e Del Nero sabe que poderá sofrer alguns golpes pelo fato de ser aliado de José Maria Marin. Era prudente que se resolvesse rápido o assunto reeleição.
Outro fator complicador foi a aprovação, pela presidente Dilma Rousseff, da lei que restringe a apenas uma reeleição para presidente de entidades esportivas. O texto da lei define que as entidades só poderão receber verba pública caso obedeçam a nova determinação. A lei n° 12.868 entra em vigor no dia 16 de Abril de 2014. 
Não há clareza em relação às federações de futebol que, no Brasil, elegem seus mandatários através dos votos dos clubes afiliados. Diz o texto: "As entidades sem fins lucrativos componentes do Sistema Nacional do Desporto somente poderão receber recursos da administração pública federal direta e indireta caso seu presidente ou dirigente máximo tenham o mandato de até quatro anos, permitida uma única recondução".  
No caso das federações, normalmente, não há injeção de verba pública. Toda verba é proveniente de contratos com a televisão. Assim, a nova lei não poderia se aplicar neste caso. Mas também não há nada que impeça uma interpretação contrária a esta, já que o texto faz referência ao recebimento de recursos federais diretos e indiretos.
Por via das dúvidas, Del Nero não quis correr esse risco e antecipou, sem mais delongas, o pleito que o deu mais uma vitória. Como sempre, os métodos são extremamente questionáveis, os meios são sempre obscuros e a vida segue seu curso normal.  

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