Quando se vira a página, não se pode deixar o resto do livro para trás. O que foi lido está guardado na memória e volta em forma de medo, respeito e aprendizado. Não será a primeira vez do Botafogo na série B (o time passou por lá em 2003) e, por isso, as lições desse passado nem tão distante precisam ser retomadas agora. A partir de já, os novos dirigentes, alguns nem tão novos assim, devem pensar em um elenco para 2015 que seja competitivo e esteja disposto a jogar a segunda divisão.
Por mais que o torcedor alvinegro esteja com seu orgulho ferido, atitude perfeitamente compreensiva, é preciso que olhe para a realidade com humildade e realismo. No ano que vem, o time não terá craques, as vitórias não serão por goleadas e os jogos não serão vistosos. Os jogadores receberão em dia, mas o preço que a diretoria precisará pagar é o de montar um elenco modesto.
Como em 2003, quando a série B apresentava uma fórmula bem mais competitiva, o Botafogo precisará fazer apostas e contratar aqueles que não medirem esforços para vencer. Comprometimento será a palavra mais forte! Arquibancada, campo e vestiário precisarão ser um só corpo, cada qual colaborando a sua maneira. Não caberá mais displicência, falta de respeito ou anti-profissionalismo. Quem quiser jogar a segunda divisão deverá vivê-la, do início ao fim.
Ninguém alcança a glória sem uma boa dose de sacrífico. Para ser Glorioso, conforme o chama seu orgulhoso torcedor, o Botafogo precisou se desdobrar. Foi feito de craques, de ídolos e de mitos. Mas também foi construído à base de suor, de operários e de homens que reconheceram a exata dimensão da estrela que é solitária no peito, mas compartilhada no imaginário de milhões.
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