28 de abr. de 2015

GRATA SURPRESA

A Série A do campeonato italiano receberá um novo integrante na próxima temporada. De forma inédita, o Carpi, da região de Modena, estará entre os grandes da bota. O time empatou em 0x0 com o Bari e conquistou o acesso. Uma equipe que tem uma história muito curiosa, mas que desperta interesse pela forma como se estruturou.
O clube chegou a amargar a quarta divisão em 2000, quando foi à falência total. Em 2002, reabriu as portas com o nome de Calcio Carpi. Há 5 anos atrás, quando finalmente se reestruturou, a equipe estava na quinta divisão. Conseguiu um acesso por ano e chegou, pela primeira vez, à elite. Um exemplo de como se administra um clube. Pela solidez do trabalho até aqui, é de se imaginar que a equipe vá frequentar, por muitos anos, a Série A do Calcio.
O dono do clube, coisa muito frequente no futebol italiano, é Stefano Bonacini. Dono da famosa grife Gaudí, o empresário comprou o Capri por cerca de R$ 9 milhões. A ideia da gestão é simples: gasta-se menos do que se tem. Uma fórmula tão antiga, quanto eficaz. 
A cidade de Carpi é uma província da região de Modena, uma parte da Itália bastante industrializada. Há ali muito dinheiro circulante. Apenas não houve interesse em investimento nas equipes de futebol. O Modena, equipe mais famosa da região, não frequenta a Série A do italiano há 11 anos. Entretanto, equipes menos tradicionais, como o Suassuolo e o Carpi, despertaram interesse de investidores locais. São clubes que não tinham donos, estavam à deriva e podiam ser administrados sem influências de conselheiros ou ex-dirigentes, como acontece nos times brasileiros.
Há por aqui um preconceito recorrente de que pessoas que não são ligadas ao futebol não sabem administrar clubes. É um equívoco estúpido, uma ideia fixa que só contribui para perpetuar os velhos coronéis com suas antigas práticas. Que o pequeno Carpi possa nos trazer um ensinamento gigante: profissionalismo é fruto de planejamento e responsabilidade.

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