27 de abr. de 2015

OS MÉRITOS DE ASSIS

esporte.ig.com.br
Sempre que Ronaldinho Gaúcho se desliga de um clube, seu nome surge em diversos times no Brasil. Desde que deixou o México, depois de uma passagem pífia pelo Querétaro, o meia já foi especulado pelo Vasco e, agora, pelo Cruzeiro. É só o início da festa. Muitos outras possibilidades vêm por aí.
O que faz deste jogador especial? Ronaldinho já não e mais aquele há muito tempo. Então, porquê está sempre sendo especulado? De onde partem essas notícias? A quem interessa que sejam publicadas? 
No futebol, as coisas funcionam de uma maneira muito especial. A coisa é similar a uma bolsa de valores. As especulações comandam as ações. Se soltam uma informação que uma empresa tal teve seus diretores demitidos, aí os valores despencam. Assim é no esporte bretão. É preciso que se ventile o nome de um determinado atleta, muitas vezes e em diversos clubes, até que seu valor seja reaquecido no mercado.
A imprensa serve como meio para esse tipo de manipulação. Através dela a informação vai ganhando força até ganhar o status de verdade absoluta. Ao mesmo tempo, ela mesma (a imprensa), se nutre dessas especulações porque obedece a uma lógica mercantilista que se retroalimenta. A coisa funciona assim: o empresário planta a notícia no veículo de imprensa que, imediatamente, a divulga. O dirigente nega a notícia e o empresário também. Mas o que está escrito é já ganhou a rede não volta mais. Mesmo sendo publicadas as negativas do empresário e do dirigente, o que vale é a possibilidade do craque vestir a camisa de tal clube. No fim, ganham todos: empresário, imprensa e clube.
Assis, irmão e empresário de Ronaldinho, trabalha de forma muito eficiente. Ex-jogador, conhece bem os bastidores da bola. Quando seu irmão veio para o Flamengo, houve muita especulação sobre seu destino. Ao sair da Gávea para o Atlético-MG, também apareceram alternativas. Sua saída do Galo para o futebol mexicano teve escala no Palmeiras. Com o Verdão, Assis cozinhou a negociação até o fim. Todas as exigências foram atendidas pelo clube que esperava, no ano de seu centenário, presentear seu torcedor. No fim, uma frustração tamanho família e Ronaldinho embarcando para jogar no Querétaro por uma valor acima do esperado. Ou seja, o Palmeiras foi usado como meio para um contrato mais consistente com os mexicanos. E o que é mais assustador: o Alviverde voltou a ser especulado como uma das possibilidades nessa volta de Ronaldinho ao Brasil!
Ronaldinho Gaúcho apresenta um histórico recente que não inspira muita confiança. Depois do Barcelona, clube que deixou em 2008 e pelo qual viveu suas maiores glórias, o meia não teve boas passagens por Milan e Flamengo. Funcionou muito bem pelo Atlético-MG, em um time absolutamente encaixado pelo brilhante Cuca. Foi um período de seis anos, desde sua saída da Catalunha até a chegada a Belo Horizonte. No Galo, foram dois anos de clube e cerca de 1 ano e meio de bom nível técnico. No México, uma passagem pífia: apenas 21 jogos e algumas confusões. Muito pouco para que se justifiquem os supostos interesses pelo jogador. Ainda assim, haverá muitos. Todos por mérito de Assis.

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