19 de set. de 2015

A CRISE ESTÁ RUSSA

A Rússia comemorou no último dia 18 de maio a marca de mil dias para o início da Copa 2018. É óbvio que em meio as festas nenhum político, dirigente ou celebridade se lembrou de comentar todo o ar obscuro que cercou a escolha do país como sede e as ameaças que ainda rondam a realização do mundial por lá.
Uma primeira análise da economia russa já seria suficiente para trazer temor. A expectativa de gastos, entre construção de estádios e infraestrutura, supera os 30 bilhões de dólares. A preocupação começa quando as sanções dos Estados Unidos e União Europeia demonstram sua força sobre a Rússia. Desde a crise na Ucrânia, as principais potências econômicas mundiais andam boicotando o governo Putin. Faltam fundos para tocar obras fundamentais. 
Um reflexo disso é a diminuição do principal estádio russo: o Luzhnik. A capacidade foi reduzida de 89 mil para 81 mil espectadores. Embora as autoridades neguem, o fato tem relação com a redução drástica de custos na margem de 30% a 40%. 
Um dos entraves é a desvalorização do rublo frente ao dólar de 30 para 50 por um. A maioria dos contratos feitos são com empresas estrangeiras e isso encarece as obras. A ordem é utilizar apenas material nacional daqui para frente. 
Além dos problemas econômicos, pesam sobre a Rússia as nebulosas relações políticas de Putin com os corruptos da FIFA. A maneira como o país foi escolhido sede ainda não foi totalmente esclarecida, embora ainda não hajam provas suficientes para incrimar os envolvidos. Nesse ponto, o afastamento de Jérôme Valcke, secretário da FIFA, pode cair como uma bomba nas pretensões russas. Valcke está sendo investigado por participação no esquema de venda de ingressos durante a Copa no Brasil. Ele é figura central nas negociações que envolvem políticos e dirigentes da FIFA. Sem o secretário, muitas coisas podem mudar de rumo.
Por enquanto, o Mundial de 2018 será mesmo na Rússia. Já aconteceram suspeitas anteriores sobre outros países noutras épocas. Nenhuma delas resultou em nada. Mas, há um quê de mudança no ar. O FBI que o diga.

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